Resumo do Livro Lindolfo Hill - um outro olhar para a esquerda



Lançado  m  3.9.2021,  o  autor  Alexandre  Müller  Hill Maestrini  resgata  a  biografia  histórica  de  seu  tio-avô  Lindolfo Hill  no  livro  “Lindolfo  Hill  –  um  outro  olhar  para  a  esquerda” e  faz  também  uma  abordagem  da  organização  do  PCB  em Juiz  de  Fora,  em  Minas  Gerais  e  no  Brasil,  bem  como relaciona  os  momentos  históricos  vividos  por  Lindolfo  Hill desde  a  chegada  de  sua  família  da  Alemanha  em  1858  até seu  falecimento  em  1977.  O  autor  propõe  a  reflexão  que  todo ser  humano  é  produto  de  seu  tempo  e  precisa  ser interpretado,  levando-se  em  conta  o  contexto  e  a temporalidade no qual viveu. Lançado  pela  editora  do  Instituto  Caio  Prado  Júnior,  o  livro mostra de uma  forma  de  fácil  compreensão  o desenvolvimento  do  partido  comunista,  que  cresce  junto  com o  protagonista  que  aos  17  anos  foi  convidado  a  fazer  parte  do PCB.  A  leitura  é  leve  e  didática,  mostrando  aos  leitores  a trajetória  do  partido  e  de  Lindolfo  Hill  dentro  do  mesmo.  O autor  registra  em  detalhes  em  uma  linha  temporal acontecimentos  políticos  no  Brasil,  reflexos  da  ordem  mundial.  Além  de  sua  participação  política como  militante  comunista,  sua  importante  participação  na  articulação  e  fundação  do  MUT (Movimento  Unificador  dos  Trabalhadores),  do  qual  foi  coordenador  nacional,  o  leitor  vivencia  a dificuldade  de  uma  militância  comunista  nos  momentos  de  repressão,  com  constantes perseguições, prisões, exílios e o distanciamento da família. O  município  mineiro  de  Juiz  de  Fora  se  destacou  muito  cedo,  ao  eleger  Lindolfo  Hill,  o primeiro  vereador  comunista  da  cidade,  em  1947,  mandato  caçado  arbitrariamente  em  1950. Ainda  pouco  conhecido,  Lindolfo  Hill  foi  no  seu  tempo  um  dos  mais  destacados  quadros  do Partido  Comunista  Brasileiro  nacionalmente.  Foi  membro  do  Comitê  Central  do  PCB  e  militou com  Luiz  Carlos  Prestes,  Mariguella,  Pedro  Pomar,  Ivan  Ramos  Ribeiro,  Maurício  Grabois, Amarílio  Vasconcelos,  dentre  outros.  Lindolfo  viveu  momentos  difíceis  de  um  militante  comunista. Sua  atuação  e  dedicação  ao  Partido  Comunista  Brasileiro  e  às  lutas  trabalhistas  lhe  custaram emprego,  mandato,  liberdade,  convívio  com  a  família,  constantes  mudanças  de  endereço  e  longos períodos  na  clandestinidade.  Segundo  o  autor,  a  militância  comunista  implicava  o  risco  de  morte, a  tortura, a prisão e o exílio. O  autor  deixa  a  mensagem  que  mesmo  sem  conhecer  a  fundo,  até  hoje,  muita  gente  se  opõe  ao pensamento  comunista  e  utiliza  ainda  o  anticomunismo  com  bandeira  para  justificar  diversas barbaridades.  Mas  conforme  as  pesquisas,  os  comunistas  da  época  de  Lindolfo  eram  pessoas  que tinham  aderido  ao  partido,  pois  desejavam  uma  sociedade  mais  justa,  mais  igualitária  e  alguns  por identificação  com  as  lutas  operárias  e  ou  por  fortalecer  as  organizações  sindicais  das  quais participavam. Lindolfo  Hill  até  hoje  não  recebeu  homenagens  e  foi  injustamente  relegado  pela  história  oficial, porém  agora  vigorosamente  reavivado  pelo  autor,  fica,  para  as  gerações  atuais  e  futuras,  continuar o  regaste  da  história  de  vida  e  exemplo  militante  de  Lindolfo  Hill.  O  autor  conclui  que  a  correção da  injustiça  só  poderá  ser  feita  pela  atual  Câmara  Municipal  de  Juiz  de  Fora  com  a  restituição simbólica  do  mandato de vereador a Lindolfo Hill. 

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